Review Fatmagul - Capítulo #88

Fatmagül é uma novela admirável por vários motivos. Não só pela emoção e ação constantes dos capítulos, a perfeita interpretação dos atores e o enredo envolvente, mas também pela forma como essa história é contada.

Novelas normalmente são contadas de forma linear, um acontecimento após o outro. Fatmagül não. Ela vai e volta no tempo usando de recurso que se assemelham muito aos usados em séries estrangeiras.

Talvez justamente por serem feitas como telesséries, as novelas turcas sejam tão interessantes. Como dividem os capítulos em temporadas e exibem apenas um por semana na tv turca, as tramas parecem sempre vivas e quentes, com algo interessante acontecendo sem parar. Não vemos aquela famosa "barriga" das nossas novelas brasileiras, ou o que chamamos carinhosamente de "encheção de linguiça".

No capítulo passado, Fatmagül entrou no que é sua segunda temporada. Notamos a mudança de visual de alguns personagens e um salto no tempo. Desde quando Kerim foi preso injustamente, passaram-se 3 semanas. E história pulou para o momento em que Asu liga aflita para Mustafá contando que sabe da inocência de Kerim pois estava no local do crime naquela noite e sabe que ele não matou Vural. Logo depois desse telefonema, a história volta um dia atrás (mas ainda 3 semanas após a prisão de Kerim).

Pois bem, o capítulo #88 continua contando o que se passou um dia antes de Asu ter ligado para Mustafá fazendo essa revelação bombástica. 

 Pais de Vural atormentados pela culpa

Leman e Sensi estão abalados com a perda do filho, como era de se esperar. Ela está pior, tendo sido até internada para se recuperar do abalo emocional. Infelizmente é um pouco tarde para a mamãe de Vural lamentar, quando o filho estava vivo e ela podia e devia ter feito alguma coisa para ajudá-lo, não o fez. 

Então agora tanto Leman quanto Sensi viverão atormentados pela dor e pela culpa, pois, no fundo ambos sabem que não fizeram tudo que podiam por Vural. Não só acobertaram um crime do filho como o impediram de se arrepender e fazer a coisa certa. Era preferível ter um filho preso do que um filho morto.

Fatmagul e Kerim: saudade 

Kerim segue preso e Kadir finalmente conseguiu autorização para que Fatmagul faça uma visita a ele na prisão. Infelizmente, Meryen não poderá ir também, apesar de ter criado Kerim como um filho, ela não é a mãe dele e somente permitem visitas de parentes legais. Por essa razão Fatmagul foi autorizada a visitá-lo, por ser sua esposa.

A felicidade da mocinha assim que soube que poderá ver Kerim foi inegável. Está mesmo sentindo falta do maridinho, hein, Fat?!

sorrisão de pura alegria porque vai rever seu galã

Pequeno desentendimento entre Meryen e Kadir

Meryen e Kadir acabaram se estranhando por conta de um mal entendido. Pensando que o advogado duvidava da inocência de Kerim, nossa Ebe Nine magoou-se e até se arrependeu de ter ido morar na casa de Kadir.

Logo depois Kadir se explicou, ele apenas cogita todas as possibilidades pois precisa estar preparado para tudo em um caso. Esse seu lado profissional demonstra o quanto ele é competente no que faz e prevenido. O lado pessoal, porém, quase pagou por isso até que ele conseguiu conversar melhor com Meryen e se explicar. E enquanto os dois conversavam, Mukaddes espionava pela janela...

Mukaddes isolada 

Essa não muda mesmo. Uma vez Mukaddes, sempre Mukaddes. Sentindo que está isolada na família, que ninguém lhe dá assunto mesmo ela tentando, a dona Muka não conseguiu deixar de se roer quando viu Meryen e Kadir conversando no jardim e já foi criticar a sogra de Fatinha para Rahmi dizendo que a Ebe Nine está fazendo tudo de forma calculada para fisgar o advogado. Vejam se pode? Puro recalque essa Muka!

O chato é que o Rahmi, mesmo chamando a atenção dela e tentando colocá-la no lugar, mais uma vez acabou sendo chantageado com a gravidez que a Mukaddes espertamente vem usando como desculpa para não fazer nada e ainda se passar por coitada quando lhe convém. Que karma!

Yasarans de mau humor

A derrocada do império continua. E já está gerando brigas e desentendimentos dentro do clã Yasaran. Na reunião que fizeram para tentar resolver os problemas financeiros, Selim estava em outro plano, só pensando no par de chifres que levou de Meltem com o Mustafá.

O playboyzinho chorão agora virou um cão raivoso e quer vingança. Tanto que já ameaçou a ex-mulher e a hostilizou no outro capítulo, quando se encontraram no corredor do hospital onde a mãe de Vural estava internada. Mas dessa vez ele levou um sacode do papai Resat e ainda do titio Munir. Para que se preocupar que a família está falindo se ele tem o orgulho de machinho ferido para cuidar, não é mesmo?

Erdogan, por sua vez, está ainda mais possesso depois que o tio Resat o obrigou a vender a casa para ajudar a quitar as dívidas. Para quem não se lembra, o falecido pai de Erdogan era irmão de Resat e sócio na empresa, tendo o Erdogan herdado suas ações, portanto, também tem responsabilidades para com a empresa e as dívidas dela.

Além de não ter gostado nada do fato de que vai perder a casa, Erdogan ainda aumentou seu nível de psicopatia jurando se vingar do titio Resat, por quem já nutria raiva e inveja. E mesmo ouvindo o filho destilar ódio e jurar vingança ao mundo inteiro, a mãe dele foi incapaz de tentar colocar juízo na cabeça do rapaz. Mas o que esperar de uma das mulheres que acobertou o crime de estupro do seu rebento, não é mesmo? 

Asu, a testemunha 

Quando Asu ligou para Mustafá contando ser testemunha da inocência de Kerim no assassinato de Vural, foi uma surpresa bombástica. Este capítulo explicou detalhadamente o que aconteceu no dia anterior a essa ligação e o que Asu sabe sobre o assassinato e que pode salvar Kerim.

Pois bem, naquela noite ela tinha saído para conhecer a região onde Mustafá viveu e foi até parar na porta da casa dele, não conseguindo fugir da sogra que a flagrou do lado de fora e pediu satisfações. Depois de contar que tinha ido à cidade para a audiência de Fatmagul, assim como Mustafá, Asu foi embora. Ela pegou um táxi e passou justamente pelo caminho que leva ao lugar que agora se tornou pela segunda vez cena de um crime.

Enquanto Kerim arrancava com a caminhonete para a estrada, o táxi onde vinha Asu teve que frear bruscamente para evitar uma colisão. Logo depois disso, ela viu que era Kerim quem ia na direção da caminhonete. Curiosa, ela desceu do táxi e espiou a região, vendo, então, Vural ainda com vida. Logo depois o motorista a alertou para saírem dali, pois era perigoso. 

Depois disso, Asu saiu em viagem, só retornando 3 semanas depois. Nesse retorno, ela se encontrou com Samih, aquele amigo que dirigia e a levava aos programas quando ela ainda era prostituta e a quem ela deu uma parte do dinheiro pago pelos Yasarans por seu depoimento na audiência de Fatmagul. Pois é, o rapaz aproveitou a chance que a amiga lhe ofereceu e comprou o próprio táxi, mudando de negócio. 

Assim que voltou para casa, Asu ficou por dentro da notícia da morte de Vural e da prisão de Kerim, acusado de matá-lo. Só aí a ficha caiu. Lembrando-se daquela noite em que seu táxi quase bateu com a caminhonete de Kerim, e de ter visto Vural ainda vivo logo depois que Kerim deixou o lugar, ela logo soube que nosso herói não pode ser o assassino.

Comentando isso com Samih, desesperada por fazer alguma coisa para ajudar o inocente Kerim, Asu acabou ouvindo conselhos no sentido de não dizer nada à polícia. Samih tratou de dizer que caso contrário ela terá que explicar o que fazia no local do crime aquela noite, e logo descobririam que ela foi testemunha no processo de Fatmagul e enriqueceu da noite para o dia, então teria que dar explicações sobre de onde tirou tanto dinheiro, o que pode complicar demais a vida dela. Quem mandou se meter com bandidos, né?

Mas Asu não se convenceu muito com toda a argumentação de Samih, ela ficou foi mais aflita e confusa, tanto que ligou justo para Mustafá pedindo ajuda - ela quer um telefone de contato de Fatmagul para contar que Kerim é inocente. Pena que ela foi recorrer justamente ao verdadeiro assassino de Vural. E agora fica a angústia: o que será que Mustafá vai fazer a respeito? Ele vai impedir Asu de falar o que sabe? Vai fazer algum mal a ela? Vai manipulá-la de alguma forma para manter a inocência de Kerim em segredo?

Uma Carta Com Amor

Prestes a ir visitar Kerim na prisão, e cheia de saudade, Fatmagul escreveu uma carta emocionante para o marido... 

Eu queria sarar. Eu queria confiar em alguém de novo. 

Quando eu disse isso a você eu não conseguia confessar isso nem para mim mesma. 

Mas eu senti que você iria me ajudar. 

Você se tornou a minha maior ajuda enquanto era um dos meus maiores inimigos. Não conseguiu virar as costas para mim e ir embora. Agora eu não vou virar as costas para você. Eu entendo isso porque eu te conheço, não é porque segurou a minha mão na época, não é para pagar uma dívida. É porque eu acredito em você, Kerim. 

Eu vou ficar com você porque eu acredito em você. 

Eu perguntei, desesperada, se havia esperança para nós. Você disse que sim. 

Agora eu acredito que há mesmo esperança. Que sempre haverá esperança. 

Um dos pontos altos do capítulo foi a cena em que ela escrevia enquanto Kerim pensava nela em sua cela, onde os outros presos tocavam a mesma música que os dois cantaram juntos naquela festa... a música deles.

A mescla dessas cenas com a música de fundo ficou simplesmente perfeita! Ambos sentindo a falta do outro, ambos pensando no outro, em perfeita sincronia. Esse tipo de toque delicado e tão bem bolado deixam esse romance ainda mais bonito de acompanhar. E seguimos na torcida.

Créditos das fotos: @DaniloSEEMEHP @FatmagulBand

Link para ver o capítulo #88 na íntegra aqui